Os Cães X Fogos de artifícios: aprenda como amenizar esse medo

Toda época festiva somos invadidos pelos tão temidos fogos de artifícios, um vilão pra quem tem um peludinho em casa. Em épocas de copa tem fogos, natal tem fogos, mas no réveillon tem muitos fogos. Em todos os lugares normalmente tem uma queima que dura mais de 10 minutos! Isso é torturante para os animais.

Hoje vamos ensinar como amenizar essa fobia e dar dicas para noite da virada, além de outras dicas de como evitar alguns acidentes comuns nessa noite.

Existem muitos momentos em que não podemos descuidar dos  nossos pequenos, como falamos na semana passada com o post “Saiba tudo sobre intoxicação alimentar e embriaguez nos animais“, é muito comum casos de intoxicação alimentar e embriaguez nessa época do ano onde estamos rodeados por deliciosas festas. Os animais são como crianças, basta você piscar um minuto e pronto, algo acontece! Em muitos casos é uma arte bem engraçada, não passa de uma brincadeira mas em alguns casos, coisas ruins podem acontecer, por isso todo cuidado é pouco.

Tem ainda coisas que não dependem de nós como os fogos de artifícios. Na sua casa podem até não soltar, mas certamente um vizinho soltará, ou se mora próximo a praia ou lugares onde terá eventos da virada, é certo que terá uma queima de mais de 10 minutos. Por isso alguns cuidados precisam ser tomados para minimizar o estresse que os cachorros ficam.

Nós já falamos anteriormente sobre esse assunto nesse post aqui, mas hoje temos algumas novidades e para conversar sobre os procedimentos na noite da virada, trouxemos o Ricardo Tamborini que é Adestrador e especialista em comportamento canino.

Os fogos de artifícios e os cães

Ricardo Tamborini atribui o medo de alguns animais ao comportamento incorreto por parte dos donos e desfaz alguns mitos sobre a preparação do animal para a queima de fogos
“Nenhum cão nasce com medo”. É o que afirma o especialista em comportamento canino, ao explicar que os desvios comportamentais dos animais afloram de acordo com os estímulos que ele recebe. O mesmo acontece com a fobia envolvendo fogos de artifício, que na maioria dos casos é resultado de um comportamento incorreto dos donos. “É natural que o cão sinta medo do barulho de rojões e o primeiro impulso dos donos é pegá-lo no colo para protegê-lo. Porém o animal entende isso como ‘uma recompensa por sentir medo’ e terá o mesmo comportamento sempre que ouvir os ruídos”, explica Tamborini.

Desde filhote, o cachorro deve entender que o barulho dos fogos não representa perigo e que é algo passageiro. Caso o dono não condicione o animal da maneira correta, ele pode desenvolver a fobia e o medo pode resultar em outros problemas, como por exemplo:

  • Estresse;
  • Insegurança;
  • Agressividade
  • Depressão.

“Corrigir um animal adulto, que já desenvolveu um trauma, é muito mais difícil e, em alguns casos, irreversível. Por isso, o indicado é iniciar o processo de adaptação no primeiro ano de vida do animal”, alerta o especialista.

Para o especialista em comportamento canino, a única maneira de evitar que o cachorro desenvolva fobia de fogos de artifício é condicioná-lo, desde filhote, a encarar o ruído como algo inofensivo. “O segredo é não dar colo e carinho para o pet, não recompensá-lo durante a queima. Por mais que ele chore, quando o barulho cessar ele irá perceber que nada de mal aconteceu. Da próxima vez, ele irá encarar o acontecimento com mais naturalidade”, aconselha.

Outra dica de Tamborini é fazer a associação do barulho a algo bom, como petiscos, brinquedos e brincadeiras. “O dono deve fazer isso apenas quando notar que o cão está bem e, principalmente, sem demonstrar receio algum da situação que o incomoda”, completa.

O Alexandre Rossi trouxe em seu canal no YouTube umas dicas bem bacanas também, assistam:

Quando o cachorro já tem medo dos fogos

Quando o animal já tem medo, dependendo do grau desse medo, o dono deverá recorrer ao auxílio de um especialista em comportamento canino. “Há cães que se machucam gravemente, querem ultrapassar portões ou paredes. Em casos extremos assim, o trauma já está muito enraizado nele. Daí a importância de contar com a ajuda de alguém que faça um diagnóstico correto e oriente os donos de como revertê-lo”, explica.

O processo de adaptação e dessensibilização deve ser gradativo, agradável e, principalmente, sem forçar o animal. “É errado forçar um animal que já apresenta esse medo a ver fogos ou situações que são desagradáveis a ele. O ideal é trabalhar isso no decorrer do ano. Isso leva tempo e varia de acordo com o nível da fobia de cada animal”, esclarece o especialista.

Para que os donos saibam como lidar melhor com o problema, Tamborini listou uma série de dicas com foco em cães que já têm fobia de fogos de artifício:

  • Deixar um animal que tem medo de fogos sozinho em casa não é uma boa opção. Devido ao medo, ele pode se machucar seriamente, por querer fugir da situação que o está incomodando. O ideal é recorrer a um hotel de cães que tenha uma equipe preparada para dar suporte aos animais na noite da virada de ano.
  • Se você estiver em um lugar estranho, na casa de amigos ou viajando, proporcione um ambiente seguro e tranquilo para o seu cachorro. Deixe-o, de preferência, em um local silencioso, longe de pessoas e outros cães. Em situações de medo o cão procura abrigo em algum local escuro e tranquilo. Isso acontece porque, diferente dos humanos, os cães naturalmente sentem-se seguros em locais com essas características.
  • Outra alternativa é abrigá-lo em uma caixa de transporte de tamanho adequado, cobrindo essa caixa com algum tecido escuro, ou colocá-lo em um quarto escuro.
  • Uma técnica que tem sido muito difundida é a de enrolar uma faixa ou tecido no corpo do animal em pontos estratégicos para que a circulação sanguínea das regiões extremas do corpo seja estimulada, amenizando as tensões localizadas no dorso do animal e diminuindo a sua irritabilidade. O grande problema é que essa técnica tem sido difundida como “a solução”, mas na realidade ela só funciona em alguns casos. No geral, cães já em nível pânico não terão qualquer tipo de reação. O que pode ocorrer, se não houver supervisão, é o cão rasgar as faixas a fim de retirá-las, ou até mesmo deixá-lo mais irritado.

Sobre essa técnica da faixa, o Alexandre Rossi, Dr Pet, fez um vídeo dando mais alguns detalhes:

Para quem quiser fazer o teste antes das festas, segue uma foto com o passo a passo de como colocar a faixa:

tecnica da faixa

Foto site: www.megacurioso.com.br

Derrubando mitos

  • Deixar uma luz acesa, a TV ligada ou colocar algodão no ouvido do cachorro quando ele estiver sozinho, segundo Tamborini de nada adianta. “Como eu disse anteriormente, os cães sentem-se mais seguros em locais pouco iluminados e silenciosos. Já o algodão é um objeto estranho que causa ainda mais desconforto ao animal”, explica.
  • Usar floral ou medicamentos para tranquilizar ou sedar animais com medo é outro truque que não funciona. “Isso é um paliativo. Pode até aparentar uma pequena melhora, mas quando falamos em medo, abordamos especificamente a questão psicológica, então todos esses métodos e truques citados acima podem ajudá-lo, mas não são capazes de resolver o problema”, alerta o especialista.

Placa de identificação

Ainda que você tome todos os cuidados não pode esquecer de uma coisa bem simples, a plaquinha de identificação. Pode até parecer besteira, depois de tantos cuidados você não imagina que seu peludinho vá fugir, mas pode acontecer.

Mesmo aqueles animais mais calminhos que nunca querem sair de casa, podem entrar em um estado de pânico e na busca de abrigo, podem fugir. Na fuga, ao se deparar com a multidão na rua, mais barulho, carros, pessoas estranhas por todo o lado, ele pode perder o faro e não conseguir voltar mais para casa.

Estando devidamente identificado, existem muito mais chances de você conseguir encontrar seu melhor amigo. Nós listamos aqui 7 maneiras de você evitar que seu melhor amigo se perca. Tem desde o chip, plaquinha de identificação a um modo bem simples e improvisado. O importante é você não perder seu peludinho de vista!

Veja uma dica simples, caso não consiga comprar sua plaquinha a tempo:

plaquinha de identificação

Corte um papel da espessura da coleira do seu pequeno, coloque seu nome e telefone e prenda ou com fita adesiva em toda a volta, para em caso de molhar, os números não desapareçam. Ou grampeie e certifique-se que a ponta dos grampos não vão machucar o pescoço dele e depois envolva com fita adesiva.

Então é isso, tomando todos os cuidados, a festa fica boa para todos!

Aproveite muito suas festas de fim de ano, curta bastante o seu réveillon, divirta-se e vamos seguir juntos para um 2016 repleto de alegrias, paz, realizações e lutando para que todo animal tenha direito a um lar repleto de amor!

Espero que tenham gostado do post de hoje.

Semana que vem estaremos aqui com mais dicas e cuidados para vocês, até lá! 🌠

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5 Comentários

  1. Pingback: Ricardo Tamborini no Top 10 | Ricardo Tamborini

  2. Excelente artigo e muito completo. Na passagem de ano é triste ver os animais tão assustados e muitos deles perdidos com medo pois fugiram de casa. Este tipo de informação é essencial para os donos.

    • Fabiana Xavier

      Olá, Dono Cuida!

      Ficamos felizes em saber que gostou da matéria. Obrigada por seu comentário. 🙂

      Um abraço!

  3. Pingback: Especialista em Comportamento no Top 10 do Google Brasil

  4. America L. Mota Mascarenhas

    Muito bem explicado e de grande utilidade.Moro no centro perto da Praça de Eventos. E meus 03 caozinhos sofrem muito.Meu esposo também pois tem 03 clipes na cabeça por conta de ser acometido por um aneurisma de roto fechado hemorrágica.
    Obrigada.

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