Eu não gosto de animais. E daí?

Nem todo brasileiro gosta de samba. Também não é todo mundo que gosta de chocolate. Da mesma forma, há os que não gostam de animais.

Parece impossível não gostar de animais né? Mas isso acontece e estou descobrindo que há mais pessoas nesse grupo do que eu imaginava. Mas e aí, qual o problema em não gostar de bicho?

Um dos problemas de não gostar de bicho é ter que conviver com ele. Mas o que isso tem a ver com o nosso tema? Bem, tenho visto um crescente número de pessoas que adotaram um animal por impulso e/ou não consultaram todos da família a respeito de ter um novo membro em casa. Isso, definitivamente, causa um transtorno gigantesco e muitas vezes acaba em abandono ou devolução ao abrigo.

Pelo que observei, na maioria dos casos, a pessoa que não gosta de animais não gosta de algumas característica do animal, como o latido do cachorro, dos pelos dos gatos que voam pela casa, do cheiro do xixi ou das fezes, etc. E limpar a caixa de areia? Nossa, nem pensar! Há também o trabalho extra de lavar tudo com mais frequência, que quem não gosta de bicho não quer ter, sem contar o dinheiro gasto com saúde e alimentação.

No dia a dia, essas pequenas coisas se tornam grandes e acabam pesando para quem vai cuidar sozinho do animal. No fim, é muito comum a desistência e devolução do bichinho ou pior: o abandono na rua à própria sorte!

Mas vamos combinar, ninguém é obrigado a gostar de animais. Mas o que não pode em hipótese alguma é maltratar.

Então, para ajudar a galerinha que convive com quem não gosta de animais, fizemos uma pequena lista do que pode e do que não pode para ajudar nessa convivência:

O que pode

  • Conversar com todos da casa antes de adotar um animal;
  • Exigir que o animal seja tratado com respeito;
  • Ser responsável com os cuidados do animal, mesmo tendo que fazer tudo sozinho;
  • Respeitar a opinião da pessoa que não gosta de animais;
  • Respeitar o espaço do outro.

O que não pode

  • Achar que quem não gosta de animal é obrigado a dividir tarefas como trocar a água, limpar xixi e levar para passear;
  • Abandonar o animal (lembre sempre: uma vez adotado ele passa a ser sua responsabilidade. Caso não possa mais ficar com ele, deve ser o responsável por encontrar um novo lar e jamais deixá-lo à própria sorte na rua).

Os animais, além de grandes companheiros, também podem ser auxiliares no tratamento do estresse, ansiedade e melhoram quadros depressivos. Muitas pessoas dizem que não gostam de animais porque simplesmente nunca conviveram com um. Mas isso também não é motivo para “enfiar goela abaixo” um animal em suas vidas. Para quem nunca conviveu com um animal ou tem preconceito, muito comum com os gatos, o legal é apresentar o animal com calma.

Se você quer converncer alguém que mora com você a gostar de animais, aqui vão algumas dicas:

  • Visite um abrigo de animais abandonados;
  • Ofereça lar temporário a um peludo;
  • Se ofereça para ficar com o bichinho de alguns amigos enquanto eles saem de férias, por exemplo.

Dessa forma a pessoa que diz que não gosta, pode constatar se realmente não gosta ou diz que não gosta porque nunca teve um bichinho por perto.

Porque até os brutos podem amam os animais

Vou dar um exemplo muito prático e pessoal: eu sempre tive gatos, desde criança. Já meu marido cresceu com cachorros, mas nunca gostou muito. A mãe dele gostava, então, só cabia a ele aceitar a situação.

Quando a gente se casou eu queria muito um gato, mas ele nem pensar. Cresceu com cachorros e odiando gatos! Então, nunca adotamos um.

Um belo dia, resgatei uma gatinha arisca de 2 meses da rua. Ele não queria e me deu 24h para eu “me livrar do gato” (sic). Não dei a pobrezinha. Mas ele a pegou e deu para o vizinho que cuidava de animais e encaminhava para adoção. Já imaginaram o que aconteceu aqui né? Rs (casal é tudo igual, gente).

No dia seguinte, eu estava trabalhando e ele só me mandou uma foto da gatinha. ❤ Ele a chamou de Ruby, comprou caminha, brinquedos e fez questão de levar ao veterinário. Fizemos todos os exames e demos as vacinas (isso na primeira semana dela aqui em casa). Na segunda semana já telamos toda a casa para ela ficar protegida. Não esqueçam, tudo isso vindo do homem de que detestava gatos.

Conclusão: ela dorme com ele até hoje, os dois brincam de pega-pega pela casa, ele a adestrou para sentar e dar a patinha, enfim, são grandes amigos. 

Se você for adotar de um abrigo, pense bem. Converse e dê um tempo a todos da casa. Em todo caso, se a pessoa não quiser adotar pense muito, mas muito mesmo. Porque no final das contas o trabalho vai ficar exclusivamente para você, discurssões envolvendo o animal podem acontecer e depois não poderá cobrar do outro sobre a sua decisão absoluta.

Respeite a opinião do outro assim como você gosta de ter a sua opinião respeitada e tudo ficará bem. 

Até a próxima! 😉

Texto revisado e atualizado em agosto de 2020.

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