Como os animais são vistos pelas diversas religiões, parte I

Quase todos têm uma religião. A maioria das pessoas acredita que existe um ser superior que as ajuda nos momentos difíceis e que também é responsável pelos bons momentos da vida. Isso não tem nada de errado, faz bem crer em algo, ter um apoio. É claro, há também as pessoas que não acreditam em nada disso e não sentem falta de crer em algo, são os ateus.

Bem, estou falando isso porque cada religião tem uma forma de enxergar os animais. Hoje vamos abrir o leque do conhecimento e vamos falar sobre o que as religiões falam e como tratam os animais.Segundo os dados do IBGE, divulgados no Censo de 2010, temos no Brasil 64,6% de católicos, 22,2% evangélicos e 8% são ateus. Ainda consta os seguintes dados: os espíritas somam 2% da população, Testemunhas de Jeová 0,7%, Umbanda 0,2%, Budismo 0,13%, Candomblé 0,09%, Novas Religiões Orientais 0,08%, Judaísmo 0,06 e Tradições Esotéricas 0,04%.

Vale lembrar que o Brasil é um país laico, isso significa que é imparcial nos assuntos religiosos e não apoia ou discrimina nenhuma religião.

Esclarecido isso, já adianto que o post de hoje não veio para criticar nenhuma religião apenas mostrar como elas se posicionam a respeito dos animais, ok?

Então, vamos lá!

Judaísmo

O Judaísmo reúne cerca 107.329 pessoas e ocupa a nona posição entre as 10 maiores religiões do Brasil, e é uma das 3 principais religiões abraâmicas. A definição do Judaísmo se resume como “religião, filosofia e modo de vida” do povo judeu.

O Judaísmo surgiu há mais de 4 mil anos. Segundo sua principal fonte escrita, a Torá, Abrahão foi o primeiro hebreu, ao reconhecer que um mundo tão diverso de seres e de vida só poderia ter sido criado por um único Deus.
“Acreditamos na existência de um único Deus, Criador do Universo e de todas as criaturas. Deus fez do ser humano seu parceiro para cuidar do mundo onde vivemos, o que se reflete na preocupação com a consciência e a ação ecológica. O Judaísmo é uma religião focada mais na ação.

Acreditamos que a responsabilidade social, ecológica e o cuidado na relação com as pessoas, com os animais e as plantas é inclusive mais importante do que a fé.

É pela ação prática que podemos tornar este mundo um lugar melhor de se viver”, explica o rabino Ruben Sternschein, da Congregação Israelita Paulista, de São Paulo.
Segundo o judaísmo há um valor básico na relação entre seres humanos e animais, que é chamado de tsáar baalei haim. Há ainda a mitsvá, a obrigação de não causar sofrimento aos seres vivos – o modo judaico milenar de ação ecológica. “O respeito às árvores e às plantas em geral, bem como aos animais, é fundamental. Em nosso dia de descanso, o Shabat, não somente os seres humanos não trabalham; os animais também não. Os animais de corte, como vacas e galinhas, são sacrificados com cuidados especiais segundo as leis de cashrut, visando diminuir o seu sofrimento ao máximo. Enfim, temos uma sensibilidade especial pelo planeta, pela natureza em geral e pelos animais em particular. Quanto aos animais de estimação, como cães e gatos, valorizamos o contato com o próximo, gostamos de trazê-los para casa, alimentarmos e cuidarmos. É uma das mais belas formas de amor e de respeito ao organismo planetário como um todo”, revela o rabino  Sternschein

Budismo

Existem cerca de 243.966 pessoas que praticam o Budismo no Brasil. Uma das vertentes do Budismo, religião que surgiu na Índia há cerca de 2600 A.C., o Zen Budismo prega que se faça o bem, e o bem a todos os seres.
“Os ensinamentos de Buda se baseiam na impermanência (nada fixo, nada permanente, tudo se transformando a cada instante), na interdependência (nada tem origem independente, mas a vida é uma teia de inter-relacionamentos), nirvana (um estado de paz e tranquilidade possíveis através das práticas religiosas e da compreensão do vazio), explica Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen-Budista de São Paulo.
E os animais fazem parte desta teia da existência, desta rede de inter-relacionamentos, uma vez que os humanos não vivem sem os animais. “Há várias histórias budistas sobre animais demonstrando sua gratidão aos seres humanos que os salvaram, dando exemplo de como nós deveríamos nos comportar.

Animais estão presentes em vários contos budistas como exemplos de fidelidade, gratidão e tranquilidade”, revela Monja Coen.

Para o Budismo não há conceito de alma para pessoas nem para animais. Tudo que existe é o co-surgir interdependente e simultâneo. “Há três semanas meu cão, um Akita branco de treze anos, entrou parinirvana. O nirvana final, a grande paz. Fizemos as mesmas cerimônias que fazemos para quando morre um ser humano. A prece antes da morte, a logo após morrer, a prece antes do enterro e durante o enterro e a prece que continuamos a fazer de semana a semana. Acreditamos que até 49 dias após o falecimento completa-se o ciclo de uma vida-morte. Assim oramos e agradecemos a vida que compartilhou conosco e rogamos aos Budas e Bodisatvas que o encaminhem à claridade suprema da sabedoria infinita e compaixão ilimitada”, relembra Monja Coen, que finaliza: “Cada animal vive e age de acordo com sua natureza, mas pode essa natureza também ser melhorada durante a vida através do treinamento e da prática diária do convívio respeitoso e amoroso. Animais são seres abençoados e sagrados – vamos cuidar deles e delas e seremos respeitadas por toda a vida do universo”.

Umbanda

A Umbanda é uma religião heterodoxa brasileira, com evolução do polissincretismo religioso permanente no Brasil. Esta evolução foi consequência de várias motivações, a incluir de ordem social, que criaram um culto à feição e moda do Brasil.
Trata-se de uma religião espiritualista e espírita, desvinculada de mitos, lendas e crendices, que tem seus fundamentos no monoteísmo Divino, isto é, na existência de um único Deus, gerador e sustentador de tudo e de todas as coisas, inclusive de suas Forças Superiores Divinas – os Sagrados Orixás – Divindades de Deus responsáveis por reger, adaptar e guardar suas exteriorizações.
A finalidade da Umbanda é gerar condições para a evolução dos espíritos encarnados e desencarnados a ela ligados e a extinção de carmas individuais ou coletivos, sendo carma a resultante (consequência) de procedimentos (atos) errôneos quanto ao trato dos sentidos íntimos, pessoais ou alheios. É uma religião que acredita na reencarnação dos espíritos, servindo esta forma como um meio de evolução e possibilidade para realizar resgates carmáticos.
Em 2009, ano em que a Umbanda completou 100 anos, estima-se que já tenha conquistado cerca de 20 milhões de seguidores no País, embora estatísticas oficiais apontem um contingente bem menor. “Muitas pessoas preferem omitir, por vergonha, porque acreditam que ainda existe muito preconceito.

É importante esclarecer que a religião Umbanda não mata nenhum tipo de animal, revela Pai Salum, da FUCESP – Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo.

De acordo com Pai Salum, o sacrifício de animais origina-se das raízes africanas do Candomblé, mas é totalmente desencorajado pela Umbanda brasileira.
“Para ingressar na nossa Federação, avisamos que não vamos defender quem matar qualquer tipo de bicho. Não apoiamos a matança de animais. Assim como os Espíritas, acreditamos que os animais são seres vivos e possuem alma”, esclarece Pai Salum.

Islamismo

Para a  religião Islâmica, a fonte única é Deus. Ela revelou todos os Livros Sagrados e enviou todos os Mensageiros e Profetas. A partir do envio do Profeta Mohamad como Mensageiro de Deus e a revelação do Alcorão Sagrado, começa essa terceira e última etapa da religião Divina, aproximadamente, 613 D.C..
A Religião Islâmica prega a crença verdadeira em seis pontos:  crer em Deus Único; crer nos Anjos; crer nos Livros Sagrados; crer em Seus Mensageiros; crer no dia do Juízo-Final e crer no Destino.
“A religião ordena que os animais sejam tratados com misericórdia. Quanto aos gatos é permitido tê-los como estimação, porém, os cães, só podem ser utilizados para alguma finalidade que não seja somente estimação, já que a religião diz que o cachorro tem em sua saliva uma substância nociva ao ser humano, porém, pode tê-los como cães guia, para proteção, para caça, etc”, revela o Sheikh Jihad Hassan Hammadeh, presidente do Conselho de Ética da UNI (União Nacional das Entidades Islâmicas).

Segundo o Islamismo, os animais possuem alma já que Deus, no dia do Juízo Final, irá devolver a vida a eles para fazer justiça até entre eles. E ao morrer o corpo do animal vira terra e sua alma retorna para Deus.

Ao ser indagado por seus companheiros se a gentileza para com os animais seria recompensada na vida posterior, o Profeta respondeu: “Sim, há uma meritória recompensa pela gentileza para com toda criatura viva”

De todas as religiões que falamos hoje, nenhuma incentiva os maus-tratos com os animais. É puramente uma questão de caráter e amor ao próximo e quando digo “amor ao próximo”, me refiro a tudo que estamos próximo, seja um animal, as plantas, uma pessoa ou nosso planeta. Quando alguém opta em descuidar ou maltratar é puramente porque ela é uma pessoa ruim, não tem haver com sua religião. Acredito que haverão seguidores das mais diversas religiões que praticam o mal, assim como existem diversos profissionais que agem de má fé.
Não é a crença, é puramente caráter e comprometimento com o próximo.
Qual a sua religião? O que ela fala a respeito dos animais? Conta pra gente aqui nos comentários!
Espero que tenham gostado do post de hoje!
Semana que voltaremos com mais dicas e cuidados pra vocês, até lá!

Fontes:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-ibge-e-a-religiao-%E2%80%93-cristaos-sao-868-do-brasil-catolicos-caem-para-646-evangelicos-ja-sao-222/
http://colunas.revistaepocasp.globo.com/farejadorbichos/2013/02/11/religioes-o-que-pensam-e-pregam-sobre-os-animais-de-estimação/
http://lanyy.jusbrasil.com.br/artigos/183776451/o-brasil-e-um-pais-verdadeiramente-laico-tire-suas-conclusoes
http://top10mais.org/top-10-maiores-religioes-do-brasil-censo-2010/
http://epoca.globo.com/regional/sp/blogs-epoca-sp/farejador-bichos/noticia/2013/09/os-pets-e-religioes.html
http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/os-animais-de-estimacao-vao-para-o-ceu/

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3 Comentários

  1. YURI

    “Em nosso dia de descanso, o Shabat, não somente os seres humanos não trabalham; os animais também não. Os animais de corte, como vacas e galinhas, são sacrificados com cuidados especiais segundo as leis de cashrut, visando diminuir o seu sofrimento ao máximo.”
    Hahahahahahah aí vou te degolar, mas vou te degolar com cuidados especiais, então para você não terá problema que eu te mate kkkkk casa religião idiota viu…

  2. YURI

    Sobre a UMBANDA:
    “Para ingressar na nossa Federação, avisamos que não vamos defender quem matar qualquer tipo de bicho. Não apoiamos a matança de animais. Assim como os Espíritas, acreditamos que os animais são seres vivos e possuem alma”,

    Entao para fazer parte desta religião a pessoa tem que ser vegana, certo?? Não é isso que eu vejo no dia a dia.

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